Aspectos Históricos

05/10/2018 18:57

 

1945 – 1959

Uma Europa pacífica – o início da cooperação

A União Europeia é criada com o objetivo de pôr termo às frequentes guerras sangrentas entre países vizinhos, que culminaram na Segunda Guerra Mundial. A partir de 1950, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço começa a unir económica e politicamente os países europeus, tendo em vista assegurar uma paz duradoura. Os seis países fundadores são a Alemanha, a Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos. Os anos 50 são dominados pela guerra fria entre os países do Leste e os países ocidentais. Na Hungria, as manifestações contra o regime comunista são reprimidas pelos tanques soviéticos em 1956. Em 1957, o Tratado de Roma institui a Comunidade Económica Europeia (CEE) – o chamado «Mercado Comum».

1960 – 1969

Um período de crescimento económico

A década de sessenta é um bom período para a economia, favorecida pelo facto de os países da União Europeia terem deixado de cobrar direitos aduaneiros sobre as trocas comerciais realizadas entre si. Estes países decidem também gerir em conjunto a produção alimentar, de forma a assegurar alimentos suficientes para todos. Rapidamente, passam a existir excedentes de produtos agrícolas. O mês de maio de 68 torna-se famoso pelas manifestações de estudantes em Paris, tendo muitas mudanças na sociedade e a nível dos comportamentos ficado para sempre associadas à denominada «geração de 68».

1970 – 1979

Uma Comunidade em expansão – Juntam-se os primeiros novos membros

A Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido aderem à União Europeia em 1 de Janeiro de 1973, elevando assim o número dos Estados-Membros para nove. Na sequência do breve, mas violento, conflito israelo-árabe em outubro de 1973, a Europa debate-se com uma crise energética e problemas económicos. A queda do regime de Salazar em Portugal, em 1974, e a morte do General Franco na Espanha, em 1975, põem fim às últimas ditaduras de direita na Europa. No âmbito da política regional da UE, as regiões mais pobres começam a beneficiar da transferência de montantes elevados para fomentar a criação de emprego e de infraestruturas. O Parlamento Europeu aumenta a sua influência na UE e, em 1979, pela primeira vez, os cidadãos elegem diretamente os seus deputados. A luta contra a poluição intensifica-se. A UE adota legislação para proteger o ambiente e introduz o conceito do «poluidor-pagador».

1980 – 1989

Uma Europa em mutação – A queda do Muro de Berlim

O sindicato polaco Solidarność e o seu dirigente Lech Walesa tornam-se num símbolo por todos conhecido não só na Europa como no mundo inteiro na sequência do movimento grevista dos trabalhadores do estaleiro de Gdansk durante o Verão de 1980. Em 1981, a Grécia torna-se o décimo Estado-Membro da UE, seguindo-se-lhe a Espanha e Portugal cinco anos mais tarde. Em 1987, é assinado o Ato Único Europeu, um Tratado que prevê um vasto programa para seis anos destinado a eliminar os entraves que se opõem ao livre fluxo de comércio na UE, criando assim o «Mercado Único». Com a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989, dá-se uma grande convulsão política: a fronteira entre a Alemanha de Leste e a Alemanha Ocidental é aberta pela primeira vez em 28 anos o que leva à reunificação das duas Alemanhas.

1990 – 1999

Uma Europa sem fronteiras

Com o desmoronamento do comunismo na Europa Central e Oriental, assiste-se a um estreitamento das relações entre os europeus. Em 1993, é concluído o Mercado Único com as «quatro liberdades»: livre circulação de mercadorias, de serviços, de pessoas e de capitais. A década de noventa é também marcada por dois Tratados: o Tratado da União Europeia ou Tratado de Maastricht, de 1993, e o Tratado de Amesterdão, de 1999. A opinião pública mostra-se preocupada com a proteção do ambiente e com a forma como os europeus poderão cooperar em matéria de defesa e segurança. Em 1995, a União Europeia acolhe três novos Estados-Membros: a Áustria, a Finlândia e a Suécia. Uma pequena localidade luxemburguesa dá o seu nome aos acordos de «Schengen», que, gradualmente, permitirão às pessoas viajar sem que os seus passaportes sejam controlados nas fronteiras. Milhões de jovens estudam noutros países com o apoio da UE. Torna-se mais fácil comunicar à medida que cada vez mais pessoas começam a utilizar o telemóvel e a Internet.

2000 – 2009

Continuação da expansão

O euro é a nova moeda de muitos europeus. Ao longo da década, o número dos países que adotam o euro aumenta. O 11 de Setembro de 2001 torna-se sinónimo de «guerra contra o terrorismo», depois de aviões desviados embaterem em edifícios em Nova Iorque e Washington. Os países da UE começam a trabalhar cada vez mais em conjunto para lutar contra a criminalidade. As divisões políticas entre a Europa Ocidental e a Europa Oriental são finalmente sanadas quando dez novos países aderem à União Europeia em 2004, seguidos pela Bulgária e a Roménia em 2007. A economia mundial é abalada por uma crise financeira em setembro de 2008. O Tratado de Lisboa é ratificado por todos os países da UE antes de entrar em vigor em 2009, dotando a UE de instituições modernas e de métodos de trabalho mais eficientes.

2010 – 2019

Uma década de desafios

A crise económica mundial tem repercussões profundas na Europa. A UE ajuda a vários países de enfrentar as suas dificuldades e cria a «União Bancária» para garantir bancos mais seguros e mais fiáveis. Em 2012, a União Europeia recebe o Prémio Nobel da Paz. Em 2013, a Croácia torna-se o 28.º Estado-Membro da UE. As alterações climáticas continuam a ser uma prioridade e os dirigentes chegam a acordo para reduzir as emissões nocivas para o ambiente. Com as eleições europeias de 2014, o número de eurocéticos no Parlamento Europeu aumenta. Na sequência da anexação da Crimeia pela Rússia, é estabelecida uma nova política de segurança. O extremismo religioso intensifica-se no Médio Oriente e em vários países e regiões em todo o mundo, conduzindo a conflitos e guerras que resultam num grande número de pessoas que fogem dos seus países e procuram refúgio na Europa. Além de ter de fazer face aos problemas decorrentes desta onda de refugiados, a UE torna-se o alvo de vários atentados terroristas.

2020 – presente

Uma UE unida e resiliente 

A pandemia de COVID-19 desencadeia uma grande emergência de saúde pública e um abrandamento da atividade económica. A UE e os seus países membros trabalham em conjunto para apoiar os sistemas de saúde, conter a propagação do vírus e garantir vacinas para as pessoas dentro e fora da UE. Os dirigentes da UE chegam a acordo sobre o maior pacote de estímulo alguma vez financiado pelo orçamento da UE, com destaque para uma recuperação ecológica e digital, à medida que a UE trabalha para alcançar a neutralidade climática até 2050. Além disso, no início de 2020, o Reino Unido sai da União Europeia 47 anos depois de ter aderido, abrindo um novo capítulo na sua relação com a UE. Em 2021, a UE lançou a Conferência sobre o Futuro da Europa, oferecendo aos cidadãos da UE  oportunidade para se pronunciarem e ajudarem a moldar o futuro da UE. Em 2022, a UE e os seus parceiros internacionais condenam firmemente a guerra de agressão não provocada e injustificada perpetrada pela Rússia à Ucrânia. A UE adota um conjunto de sanções severas contra a Rússia e presta assistência financeira, humanitária, militar e de outros tipos à Ucrânia.

 

Pioneiros da UE

 

De combatentes da resistência a advogados e figuras políticas, alguns visionários que passamos a enumerar inspiraram a criação da atual União Europeia e inspiraram a Europa que conhecemos hoje. Muitos deles contribuíram para pôr termo aos horrores das duas guerras mundiais e promover a paz e a solidariedade. Foram, além disso, defensores entusiastas dos valores fundamentais da UE:

  • liberdade, democracia e igualdade;
  • respeito pela dignidade humana, pelos direitos humanos e pelo Estado de direito,
  • e solidariedade e proteção para todos.

Para além das personalidades aqui referidas, muitas outras inspiraram o projeto europeu e trabalharam de forma incansável com vista à sua realização A presente secção sobre os Pais Fundadores da UE está, por conseguinte, longe de ser exaustiva.